Um poema pode ser olhado, para lá de lido. Neste livro vemos letras pela sua forma e potencial narrativo. Começa pela interpretação visual do título, na capa. A imagem desconstruída de um chão, no qual cai uma perfeita gota de céu verde na procura do outro. Daí nasce o tipo de letra 26 Céus, na procura da fronteira da legibilidade encontra identidade visual e dá corpo aos títulos dos poemas. O texto é tratado sem intenção de desenhar, mas sim de criar ritmo, que dialoga com o do próprio texto. O livro é táctil, tem pele, é bom de ser tocado. Este livro não é sobre poesia gráfica, mas dá ao design espaço ao lado das palavras. Acrescenta uma camada de conteúdos visuais – tipografias, simbologias, imagens - que vão dialogar com o conteúdo verbal, gerando novas possibilidades de interpretação.