2025 Susana Albuquerque, Presidente do Clube, em entrevista para o projeto Mulheres com ECO
2025 Susana Albuquerque, Presidente do Clube, em entrevista para o projeto Mulheres com ECO
7 de Março de 2025
Susana Albuquerque, Presidente do Clube, em entrevista para o projeto "Mulheres com ECO"

O projeto "Mulheres com ECO" está de regresso para a segunda edição, desta vez Susana Albuquerque, Presidente do CCP e Diretora Criativa Executiva e Partner da Uzina, Rosália Amorim, Brand, Marketing & Communications Director Portuguese Cluster – Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde da EY, e Catarina Barradas, Head of Global Brand da EDP, debatem a igualdade de oportunidades no marketing, comunicação e publicidade.

Este projeto do ECO reúne vozes femininas de diferentes setores para debater tópicos como liderança, igualdade e inovação.

Nesta conversa debateu-se a escolha dos jurados para o Festival CCP. Susana Albuquerque relata uma conversa, entre um homem e uma mulher: “Falava-se de existirem poucas mulheres diretoras criativas. E depois o homem dizia ‘então, mas conhece mulheres assim tão boas que merecessem ser diretoras criativas?’. E a resposta da mulher, e muito bem, foi ‘mas, conhece homens assim tão bons que merecem ser diretores criativos?’”. O problema, diz Susana Albuquerque, “é que num homem aceita-se a mediocridade, porque é uma evolução natural. No caso da mulher, tem que ser excelente”. “Isso também não nos ajuda, os padrões têm que ser os mesmos”.


A opinião de que o grau de exigência com que se avaliam homens e mulheres não é idêntico é partilhada pelas três profissionais. “Somos mais escrutinadas e somos muito humildes, temos sempre muita vergonha de nos valorizarmos por aquilo que fazemos. Há maior escrutínio, há maior ataque, e há um ataque físico que é brutal. Não fazemos isso aos homens. Se tiverem uma ideia que é uma porcaria, se calhar a ideia é uma porcaria, mas não dizemos se ele é gordo, baixo ou feio”, aponta Catarina Barradas.


A opinião é unânime. “Estamos muito habituadas a estar sempre na berlinda, a sermos avaliadas e escrutinadas, pelos homens e pelas mulheres, por todo o tipo de critérios. Uma mulher fala e ou é velha, ou é histérica, ou gorda, ou feia. Com o homem, está tudo bem, pode ser careca, barrigudo, horroroso”, que não é tema, prossegue Susana Albuquerque. “O facto de sermos underdogs e estarmos em minoria também nos põe numa situação mais delicada, parece que temos que provar mais”.

2025 Susana Albuquerque, Presidente do Clube, em entrevista para o projeto Mulheres com ECO

Na área da publicidade ainda são poucas as Diretoras Criativas, no entanto na Direção e Marketing a presença e liderança feminina é mais frequente. Com uma equipa maioritariamente composta por mulheres, “liderar pelo exemplo” é o lema da responsável global de marca da EDP. “É preciso dar visibilidade às mulheres, dar voz, servir de exemplo. Acho que a grande obrigação que tenho, enquanto líder de uma equipa de marketing maioritariamente feminina, é promover o desenvolvimento e o acesso à liderança e também promover aquilo que é o lado familiar e a maternidade”, aponta Catarina Barradas.


A maternidade e a forma desigual como as tarefas e responsabilidades domésticas são repartidas, são apontadas pelas três como o maior entrave à progressão na carreira das mulheres. “Quando há uma separação, com guarda partilhada, acaba-se por ter maior apoio, o que é estranho. É uma infelicidade o que estou a dizer, estou a dizer que os casamentos bem-sucedidos não ajudam, mas tem que haver uma consciência, e é isso que tento incutir nas mulheres. Se são casados, e se os dois partilham, a carreira tem que ser respeitada mutuamente e os dois têm que ter essa obrigatoriedade”, reforça Catarina Barradas. “Isto é um repto a todos os casais, àqueles que querem ter um casamento bem-sucedido e uma mulher com uma carreira bem-sucedida, ajudem-se, não pode ser tudo responsabilidade das mulheres, porque nós também temos vontade, temos ambição e também queremos ser mães com qualidade”.


A opinião é reforçada por Rosália Amorim que, até há cerca de um ano era diretora da TSF e antes do Diário de Notícias. “As redações estão cheias de mulheres e pouquíssimas na direção”. “Temos que ter inteligência emocional e usá-la a nosso favor, criando uma rede dentro e fora da organização para nos dar suporte e conseguirmos gerir tudo”, aconselha a responsável da EY, recordando a dificuldade que tinha, nas entrevistas DN/TSF, em ter mulheres como entrevistadas. "A mulher, por ser muito mais escrutinada, tende a ficar nos bastidores”. A sugestão, para o contrariar, é ocupar espaço. ”Se nós ficarmos sempre na retaguarda, na segunda fila das cadeiras e não ocuparmos esse espaço, ninguém vai olhar para nós como uma verdadeira líder”.


Podes ouvir a conversa na íntegra aqui.


Fonte ECO +M.

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